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Coluna do Enio – A meia como laboratório

No último dia 14 de junho, corri a Meia de Floripa. Como será e foi minha única prova na preparação para a Golden Four SP, resolvi fazer nela os testes para ver como estava o ritmo e a possibilidade de sub 1h40 em São Paulo, além da alimentação antes, durante e depois e da prova.

Costumo dividir as provas que vou com algum objetivo de tempo em quatro partes de 5 km. Funciona mais ou menos assim: antes da prova, vejo o ritmo médio que tenho que fazer na prova. Aí, a cada quilômetro vejo quanto foi a parcial e vou somando os segundos a mais ou a menos. Na Meia de Floripa, defini o ritmo médio como 5 min/km.

Na realidade, porém, queria fazer a 4:45. Aí, a cada 5 km, a soma dos segundos tinha que dar 75 segundos menor. Entenderam? Cada volta a 4:45 gerava uma “poupança” de 15 segundos. Se fizesse a 5:03, por exemplo, gerava um “prejuízo” de 3 segundos. Não sei se consegui explicar direito, é assim que me distraio na prova em busca do tempo.

Talvez durante o resto do texto fique mais claro. Ou não. Para a Meia de Floripa, tinha algumas metas. A primeira era correr sub 2 horas. Depois, sub 1h50. A terceira meta era sub 1h45, tempo que não fazia em meias desde junho de 2013. Consegui estas três metas. A quarta e quinta meta, recorde pessoal e sub 1h40, respectivamente, ficaram para a Golden Four SP.

Sobre a alimentação. Fiz o seguinte. No sábado, dia anterior da prova, comi na janta e última refeição do dia um omelete com legumes. No domingo, ao acordar, uma xícara de café com nata e uma banana. Depois, no meio da prova, lá pelo km 12, uma bananinha doce. Não estou mais tomando gel. Água só peguei no km 13/14 para digerir melhor a bananinha. Não peguei isotônico.

A chuva e o clima mais ameno podem ter feito eu pegar menos água. Não precisei de água para refrescar. Ao fim da meia, peguei uma água e uma maçã. Basicamente, essa foi minha alimentação antes, durante e depois. Para garantir, levei 3 bananinhas doce, mas só precisei de uma. Não senti nenhum mal estar. Estive bem durante toda a prova. Acho que acertei na minha alimentação e já sei o caminho a seguir para a Golden Four SP.

Sobre a prova, vamos dividir a cada 5 km, assim como fiz no dia.

1 a 5 km
Fiz o aquecimento antes, na chuva mesmo, de uns 15 minutos mais ou menos. Mesmo assim, na largada, como 21 km, 10 km e 5 km largavam juntos, houve bastante aglomeração. Decidi usar até o 3º km da meia para aquecer, até chegar na ponte, para depois tentar encaixar o ritmo. Saí a 5:30, depois 4:57, 5:03, 4:37 e 4:39. Fechei os 5 km em 24:46, média de 4:57 min/km.

6 a 10 km
Já com o ritmo estabelecido, fui tentando controlar. O bom de fazer contas é que o tempo vai passando mais rápido. Nesta parcial de 5 km, fiz 4:44, 4:46, 4:46, 4:44 e 4:45, totalizando 5 km em 23:45, média de 4:45 min/km. Foi bem como o planejado.

11 a 15 km
Continuei tentando manter o ritmo. No km 10,5 havia o retorno da prova e foi nesta parcial de 5 km que comi a bananinha doce e peguei a água. O ritmo se manteve bom, dentro do planejado. Fiz em 4:43, 4:46, 4:47, 4:45 e 4:46, fechando em 23:47, média de 4:45 min/km.

16 a 20 km
A parte mais complicada da prova. No km 16, comecei a sentir as primeiras dores da prova. Sentia que tinha uma bolha querendo aparecer no pé esquerdo. Chuva, água, tênis e meia era a combinação perfeita para dar problema. Além disso, havia a subida mais leve do elevado e a subida da ponte depois do km 18. As parciais foram 4:51, 4:44, 4:48, 4:59 e 4:39. O 4:48 foi quando passei no elevado e o 4:59 foi na ponte, a parte mais complicada da prova. Depois, descendo, saiu um 4:39. Fiz esta parcial em 24:01, média de 4:48 min/km.

21 km
O último quilômetro fiz em 4:51. Vinha fazendo as contas durante a prova e vi que o recorde pessoal ia ser bem dificil. Quando fiz 4:59 na ponte percebi que ele não ia sair na Meia de Floripa. Não valia a pena me matar e fazer força para ficar alguns segundos atrás do recorde. Tentei manter o ritmo apenas. No fim, ainda tiveram os metros finais e fechei a Meia de Floripa em 1:42:30. No GPS, deu uns metros a mais, mas é normal e já contava com isso.

Pegando todas as parciais, apesar da ponte, a pior parcial foi no começo da prova, que usei como aquecimento. Caso saísse já no ritmo previsto, poderia fazer o recorde pessoal, mas não o sub 1h40. Para o sub 1h40, tenho que começar mais forte e fazer as parciais um pouco mais rápidas. Talvez 23:45 a cada 5 km seja um bom tempo, mas teria que fazer desde o começo para chegar no km 20 com no mínimo 1h35 e fazer o 21º km e os metros restantes com algum esforço.

A meta vai ter que ser fazer essas parciais de 5 km abaixo de 23:45, ou seja, abaixo de 4:45 de média. Dois minutos e trinta segundos não parece tanto, mas é uma enormidade. A gente nunca sabe bem da onde tirar esses segundos a mais que precisa. Em São Paulo, não vai ter subida sem fim da ponte e vou ter que começar já mais forte. Os treinos continuam e as contas e a matemática também.

Por fim, o Adriano Bastos esteve participando da Meia de Floripa, da qual ele foi vice-campeão. Antes da prova, encontrei o treinadô e ele me entregou as camisetas da assessoria e tiramos a foto que está aí embaixo.


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6 thoughts on “Coluna do Enio – A meia como laboratório

  1. Quero ver vc achar nata em SP pra tomar com café… rsrs. Praticamente nenhum mercado vende. Dica: use creme de leite ou leve a nata de casa numa frasqueira. Abç.

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